Esse é o início d’O Ultramar. É o início de um projeto que pretendo consolidar, cuja área é o Jornalismo internacional. O objetivo é falar e contextualizar aquilo que percebo como uma lacuna que o Internacional – feito no Brasil, para informar os brasileiros – abre e não tem muitos recursos, ou até mesmo interesse, em preenchê-las: o que acontece no mundo além do Ocidente político e das potências econômicas e militares?
Há razões para que a imprensa tradicional brasileira se foque mais nesses âmbitos: são países de grande relevância, e quaisquer decisões que eles tomem ou problemas que os atinjam podem ser sentidos em boa parte do mundo. Porém em um mundo cada vez mais globalizado, vejo como necessidade uma informação sobre outras partes do mundo, que são pouco destacadas senão quando algo grave e extremo acontece: um exemplo recente é a guerra entre Armênia e Azerbaijão pela disputa do território chamado de Nagorno-Karabakh, que começou e acabou em 2020.
Boa parte de nós só começou a saber que existia essa região, e que ela era motivo de disputa entre dois países igualmente ignorados por nós, quando a disputa militar eclodiu.
Mas podemos pegar exemplos mais próximos: você saberia me dizer o porquê o Peru teve 4 presidentes em um período de 4 anos? Ou então o que fez a Argentina ter tantos problemas econômicos que perduram até hoje?
Essas e outras questões são coisas que, ao meu ver, devem ser contextualizadas e informadas de forma clara e objetiva: um dos princípios do Jornalismo.
Então como primeiro conteúdo que resolvi abordar n’O Ultramar foi a relação do Brasil com os países lusófonos, primeiro passando pela formação desses países, e depois do histórico das relações diplomáticas brasileiras para com eles.
E de onde partiu a ideia para criar o blog?
A pesquisa que meu TCC, de modo simples, foi saber como a imprensa brasileira abordava as acontecimentos dos países africanos. Devido à questões de tempo e pessoal, o recorte da pesquisa foi feito com base em questões de proximidade: história de formação e língua foram os escolhidos, então a tese foi focada nos países africanos que fazem parte do PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa)
O que constatei foram notícias escassas, e normalmente só apareciam em questões pontuais, sem muito aprofundamento e feito por agências de notícias.
Então, achei plausível um blog voltado para questões pouco abordadas, para fins de explicação, contextualização e informação.